Sejamos francos, Portugal, está na merda. Afundado em esterco até à goela. E eu não gosto do governo que temos, é demasiado sibilante, compreendem? Não me é fácil encontrar melhor palavra; talvez reptilíneo. Ouvem-se constantes suspeitas por isto e por aquilo (alguma há-de ser verdadeira porra!), acena-se dia sim dia sim com o alibí da crise económica mundial, achincalha-se na AR qualquer intervenção que ponha em causa o espírito "reformista" e "salvador" do executivo de Sócrates, faz-se política de bolso, barata, fácil, usa-se retórica de manual, desfazada e matemática - se A é B, e se C é A, logo, B é C; é deprimente -, pergunta-se a toda hora "e o que é que o senhor(a) fez quando estava no governo?", falta de humanismo, falta de frontalidade, não há homenzinhos, há esquemas; não há vontade, há interesses; não há responsabilidade, há o constante virar de tabuleiro. A situação é grave e grotesca. Portugal tem um cancro a crescer dentro de si; e como se tal não bastasse, o PSD, partido patriota e aventureiro (sem rumo, claro), vem pedir, para bem sabe-se lá de quê, que o Primeiro-Ministro se demita, claro está que o paladino do executivo - Silva Pereira - acenou com um punho nu e disse "Esses assuntos resolvem-se nas eleições!". Desconheço a reacção oriunda do PSD, mas quero imaginar que pensaram todos em uníssono " é melhor escolhermos wisely o próximo queque de calça bege, camisa azul céu aberta, botão dourado e sapato vela, que nos vai liderar daqui em diante": "Directas em Março!" clamam em coro. Pede-se um golpe de misericórdia para uma das partes desta contenda, e não o darei eu, pois quanto a mim, nem pena tenho, só vergonha. "Directas em Março!"
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