«Uma forma de o medíocre convencido imitar a grandeza é não dizer mal de ninguém.»

Vergílio Ferreira (1919 - 1996)


Pinceladas

22 de dezembro de 2010

Sugestão de Natal aqui do "Bastonários"

17 de dezembro de 2010

Porque a época é de festa e de religiosidade, faz-se aqui um tributo, simplesmente, a Deus

14 de dezembro de 2010

Intervalo

A minha religião

13 de dezembro de 2010

Do crescimento ao surrealismo

A minha primeira ideia era a de incluir este post em "Os Podres", mas rapidamente desisti dela ao aperceber-me que entraria num combate desigual, num David Vs. Golias. Tal como seria infantil eu privar uma criança de um doce só porque eu chego à última prateleira e ela não. No entanto, não poderia passar em claro a pérola de chocolate branco envolto em trufa que o Três Irmãs me oferece para enrolar na minha longa língua e esmagar contra os molares da minha boca. A jóia da coroa, é, obviamente, a Dra. Marta Rebelo, jurista, "escritora", "cinéfila", "assistente", ex-assistente, e depois, "assistente" de novo, mas mais importante que tudo, e oh deus se isso não abona a seu favor, benfiquista. Depois temos outra mana, a Catarina, não há nada a dizer, apenas que vai ser mãe, os parabéns aqui do pessoal do Bastonários. Por fim, há ainda a Maria Caetano, e esta sim, é algodão doce para preencher teses de antropologia e psicologia; tenho vontade de lhe perguntar as influências, as leituras, os "ismos", perguntar-lhe o que acha do anjo caído de Milton ou do Inferno de Dante, se Faulkner era atrasado mental ou se Hemingway era um barranco, perguntar-lhe qual o melhor romancista tuga do séc XX, e se prefere a "oficina de escrita" ou a "escrita torrencial", mas tenho grandes reticências a que aceitem as minhas perguntas na sua, irónicamente, quadrada caixa de comentários. Passo a transcrever: "sou, talvez, sim, aspirante a escritora... uma expressão que soa nos meus ouvidos como que pistas para completar o mapa que trago no bolso de trás das calças de ganga escura. há um festival de propostas para as minhas supostas aspirações... chego a receber ideias de onde devo ser "aspirada" . mas concluo. por enquanto, serei aspirante a pessoa. uma boa se for possível ... convosco, familia. porque é isso que somos, as três e mais alguns. assim serei... escritora, actriz, medica, fisica, o que for. mas pessoa, humana ao maximo, correcta por vezes, maior certamente.".

O problema, aliás, reside em mim, e é assaz grave e incurável, eu estou habituado a blogs cujo nível é muito elevado, ou muito elevado de tão baixo, como o A Causa Foi Modificada ou o Da Literatura ou o Geração de 80, e isso cria em mim expectativas catedráticas, pelo que, quando encontro um feliz espaço onde três irmãs encaixam as suas paixões, os seus medos e anseios, as suas alegrias, aventuras e desventuras, tudo à laia de uma produção nacional paupérrima e barata, tudo desaba. Já não consigo não, ouvir música da melhor, ou ler livros do melhor (esta é para si, Dra. Rebelo), ou pedir no Gambrinus o prato mais caro recheado pelo segundo mais caro, em suma, tornei-me num monstro, no fruto da elite, da nata dos blogs, leitor atento e doentiamente ansioso de sempre mais e mais e mais e mais. Já não lido bem com as cousas simples da vida, com o povo e o "terra a terra", e um dia, um dia destes, habilito-me a levar um tiro nos cornos como aconteceu ao Rei D. Carlos, numa verdadeira postura de estado. Obviamente isto não é mais do que uma gargantuana crueldade da minha parte, uma pequena macro mesquinhez tacanha, mas não resisto, é o acto pelo acto, ao estilo de Breton. A jovem tem apenas dezasseis anos. Tem vergonha, Bill.

Para a posteridade

A hipotética "dra." Clara Ferreira Alves (chegou com dificuldade ao actual 12º ano), crítica literária que leu (jura ela) "os clássicos", especialista do último escritor inglês com quem almoçou, autora de um romance anunciado em 1984 e nunca até agora publicado, dona de uma coluna ilegível (e bem escondida) na "revista" do Expresso, foi um dia arvorada directora da "Casa-Museu Fernando Pessoa" pela conhecida irresponsabilidade de Pedro Santana Lopes, de quem ela tinha sido uma entusiástica partidária. Daí em diante, a importantíssima Ferreira Alves e o "Pedro", como ela dizia, ficaram muito amigos. Tão amigos que a "dra." Clara apareceu um dia presuntiva directora do "Diário de Notícias", coisa que me levou a sair antes que ela entrasse. Felizmente, não entrou, porque teve medo de cair na rua entre o "Expresso" e o DN, com a reputação de uma "santanete" obediente. Agora, morto o seu patrono, não perde uma para o maltratar, supondo que demonstra "independência". Ontem, a propósito de um "Audi", que o homem comprou, despejou em cima da cabeça dele todo o lixo do mundo. Santana não aprendeu que a certa espécie de pessoas não se fazem favores.
Se a "dra." Clara me quiser responder, sugiro que me responda em inglês e não meta na conversa a sua célebre descrição do pôr-do-sol no Cairo. Muito obrigado.

vpv

5 de dezembro de 2010

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