«Uma forma de o medíocre convencido imitar a grandeza é não dizer mal de ninguém.»

Vergílio Ferreira (1919 - 1996)


Pinceladas

25 de novembro de 2010

Os Podres (1)


Hoje inicia-se aqui uma nova e charmosa fatia da história do Bastonários. Correndo o risco de esta nova coisa caber na previsão de alguma norma do código penal, nomeadamente nas que digam respeito à difamação ou ao bom nome, rejubilamos em dizer que não haverá piedade ou comiseração em chamar os bois pelos nomes, de certo modo até, estamo-nos a cagar. Beijinhos.


João Pereira Coutinho, o Astérix da opinião pública portuguesa. Pequeno, arguto, prespicaz. Uma verdadeira raposa. Senhor de uma monumental testa bem lustrada e com um pequenino selo no lado direito da fronte a dizer "Vista Alegre, este menino prodigio lançou o primeiro romance aos dezanove, cursou em direito mas como sabia que não ia brilhar foi para uma coisa mais fácil, História. Não lhe invejo a escrita nem as opiniões, somente o olhar candido e a visceral forma como explica as coisas naqueles debates para que é frequentemente convidado, sem uma alma sequer saber verdadeiramente porquê. Menino de olhar doce e de um anti-esquerda primário, discutia com o Viegas e com a Câncio sempre com aquela carinha laroca paternal dizendo doces boçalidades do estilo "oh fernanda, pare de dizer evidências", ou então "claro, claro, eu entendo que tenha essa opinião, e não a censuro por isso, mas vou-lhe explicar..." e explicava a sorrir desdenhosamente. Muito enervante. De vez em quando, isto topava eu, fugia-lhe o olhar para os fartos seios da Fernanda; obviamente, não é coisa criticável. O seu apurado faro literário levou-o a dizer qualquer coisa como, tudo o que o Saramago escreveu depois do Nobel, é merda; obviamente um tipo que publica aos dezanove, pode dizer o que lhe apetecer, principalmente, quando se trata de um comunista laureado. João Pereira Coutinho nasceu no tempo errado, é um homem de outra era, um pensador nato, cujo o ego toca a franja da La Giralda, cujo a boca sofre de incontinência verbal. Tens saudades dos tempos d'O Indepentende, João? Eu ainda tenho mais. Continua dar-me ares da tua graça, moleque. As críticas literárias são deliciosas, e as posições políticas... tonitruantes.

6 bastonada(s):

Anónimo disse...

"prespicaz"?

Rolim Beltrão disse...

Sim, percisamente. Mais alguma coisa?

Anónimo disse...

Este blog é do caralho

Anónimo disse...

era só. não se melindrem, apenas uma pequena correcçãozinha de uma leitora atenta. é só porque não fica propriamente bem este tipo de erros ortográficos a quem se coloca num pedestal tão alto.

um bem haja e feliz natal.

Malgueiro Peituga disse...

Mas vejo que a cara leitora não detectou o «percisamente» ali do camarada Rolim Beltrão... Vá, não vale dizer que detectou quando não detectou. Tem de estar mais atenta ainda. ;-)

Anónimo disse...

ora essa caro Malgueiro, se o detectei num texto denso nao haveria de detectar o irónico "percisamente" num comentário de uma linha? nao seja idiota. queria que eu tivesse incluído outra correcção desta vez despropositada na minha resposta? fico-me por aqui. parabéns pelo blog.

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